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Crise interna pode impactar credibilidade do IBGE, avalia especialista

A crise interna que se arrasta há meses no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode impactar a credibilidade da entidade, segundo avaliação de Suzana Cavenaghi, demógrafa, especialista em produção de dados e ex-professora da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE).

A tensão entre o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE) e o presidente do instituto, o economista Márcio Pochmann, teve início no ano passado, depois da criação da Fundação IBGE+, responsável por projetos e pesquisas para empresas privadas. A iniciativa permite, por exemplo, que o IBGE capte recursos da iniciativa privada para financiar suas atividades.

No entanto, Cavenaghi explica à CNN que esta não é uma manobra recomendada pela Comissão Estatística das Nações Unidas (CSNU), que orienta a coleta e divulgação de dados a nível global.

“Uma das recomendações internacionais é não ter dinheiro carimbado de instituições privadas. Precisa ser dinheiro público. Se vier de instituição, tem de ser de um convênio, um pool. As práticas que Pochmann tem adotado não condizem com as recomendações internacionais”, relata a especialista.

Para solucionar a questão orçamentária, Cavenaghi aponta que é preciso negociar de perto com o Congresso Nacional, uma vez que os recursos do IBGE estão previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA).

“Infelizmente, a gente sabe que a forma de discutir no Congresso é o tal do ‘toma lá da cá’. Você precisa de alguém dentro do IBGE que saiba negociar. O que o IBGE tem para dar lá? Muito. E essa pessoa tem que mostrar pro Congresso, para os deputados, senadores, prefeitos, o que o IBGE produz de informação para ajudar nas políticas públicas”, analisa Cavenaghi.

De acordo com ela, o “risco iminente” da instabilidade no IBGE é justamente a crise de credibilidade a qual o instituto está condenado a enfrentar caso não haja uma solução rápida para a situação.

“O IBGE depende do ‘informante’, que é quem responde às pesquisas – cidadãos, empresas, instituições. Se esse ‘informante’ acha que o dado do IBGE não é crível, ele não vai informar corretamente. Ele vai se recusar a responder ou responderá qualquer coisa. Se você não tem a credibilidade, toda pesquisa perde seu sentido. Ter credibilidade é estar acima de qualquer partido”, alerta a demógrafa.

Apesar disso, Cavenaghi reforça: “Essa briga interna não tem nada a ver se é porque o IBGE produziu um dado que não é bom ou porque favoreceu o governo ou alguma política partidária. É uma crise de administração interna, mas as pessoas usam para dizer que os dados não valem nada. Esse é o maior risco.”

Por fim, Cavenaghi pondera que o cenário interno no IBGE indica a necessidade de troca no comando do instituto.

“A situação quando chega nesse nível, você tem que ter trocas. Não significa que a troca vai ser melhor, mas acho que nessa situação, chegou num nível que é muito difícil você chegar a um diálogo, um consenso, e que essas partes possam se entender”, conclui.

Pochmann diz que críticas são “normais”

Em evento nesta quarta-feira (29), Márcio Pochmann afirmou que as críticas a sua gestão são “normais” em um regime democrático.

“Há questionamentos e resistência, que são normais numa gestão democrática. Só numa gestão democrática é possível haver manifestações. Diante do subfinanciamento, é necessário tomar decisões”, disse durante o lançamento do plano de trabalho do IBGE para 2025.

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