A Força Nacional de Segurança Pública vai atuar em território onde lideranças indígenas disputam poder sobre arrendamento de terras para não-indígenas.
De acordo com a portaria publicada nesta terça-feira (1º) pelo Ministério da Justiça, os agentes vão atuar por 90 dias na Terra Indígena Cacique Doble, no Rio Grande do Sul. Eles vão atuar em conjunto com a polícia gaúcha e com a Polícia Federal.
No território, que fica no norte do estado, vivem cerca de mil indígenas Kaingang e Guarani.
Segundo o Cimi, Conselho Missionário Indigenista, a população sofre com essa disputa pelo arrendamento de terras para pessoas de fora. E a violência é grave em Cacique Doble, inclusive com mortes.
Um caso foi o da adolescente Paola Rodrigues, de 13 anos, no ano passado. Ela foi atingida na nuca dentro de casa, quando 10 indígenas começaram a atirar com armas de grosso calibre para dentro da casa dela, onde um membro do grupo rival havia se escondido. Os criminosos foram presos pela PF.
No fim do ano passado, a Polícia Federal iniciou uma investigação para descobrir quem são os fornecedores de armas para os grupos rivais que disputam o poder.
