Um homem, identificado como Michael Stiven Ramirez, foi morto com cerca de 40 tiros por policiais militares enquanto estava em surto psicótico. O caso ocorreu em um apartamento no centro da capital paulista, na noite de 24 de dezembro do ano passado, véspera de Natal, mas só veio a público agora.
Toda a ação foi registrada pelas câmeras corporais presentes nos uniformes dos agentes.
Os agentes envolvidos na ação foram afastados e a Secretaria de Segurança Pública investiga se os policiais combinaram uma versão dos fatos no Boletim de Ocorrência para legitimar os disparos.
Eles são investigados por meio de Inquérito Policial Militar (IPM), que apura toda a dinâmica da ocorrência. Eles foram indiciados por homicídio e seguem afastados das atividades operacionais desde o ocorrido. “A PM não tolera desvios de conduta de seus agentes e pune com rigor os que infringem os protocolos da corporação”.
A Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), também instaurou um inquérito policial e aguarda o resultado de laudos, que auxiliarão no esclarecimento dos fatos. Outros detalhes serão preservados em razão do sigilo das investigações.
O caso
Segundo o boletim de ocorrência, a PM foi acionada por uma vizinha do homem, que relatou ouvir gritos de uma criança e viu marcas de sangue na varanda do apartamento vizinho.
Ao chegar no local, os agentes, que estavam no corredor de entrada do apartamento, encontraram o homem esfaqueando um cachorro e começaram uma negociação, para fazer com que o rapaz se entregasse.
Em determinado momento, os policiais pedem para que o homem solte a faca que estava portando, que atende e a coloca de lado. Logo após, um dos policiais tenta se aproximar, mas o homem pega a faca novamente.
Nas imagens, é possível ver que na tentativa de neutralizar o homem, os agentes tentam utilizar uma arma de choque, conhecido como “taser”, que por sua vez acaba falhando.
Após a tentativa mal-sucedida, o rapaz ameaça reagir, quando nesse momento, os quatro agentes que atendiam a ocorrência disparam cerca de 40 vezes contra o homem, atingindo inclusive o cachorro.
As armas utilizadas na ação, a faca que a vítima portava e o “taser” foram apreendidos.
O caso foi registrado como “morte decorrente de intervenção policial” e segue sob investigação para esclarecer os fatos.
Nota da SSP
O caso citado segue sendo investigado por meio de inquéritos instaurados pela Polícia Militar (IPM) e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As autoridades policiais aguardam o resultado de laudos, que auxiliarão no esclarecimento dos fatos. Os policiais citados foram indiciados e estão afastados das atividades operacionais desde a ocorrência.
Publicado por: Rafael Villarroel e Fernanda Palhares, sob supervisão